A grande maioria das pessoas não fica um minuto sequer sem olhar seu smartphone. E normalmente esse uso excessivo faz com que essas pessoas inclinem a cabeça pra frente (para ficar mexendo no aparelho), gerando um problema de postura que é motivo de preocupação para fisiatras e demais profissionais de saúde.
Uma preocupação justificada, aliás, de acordo com um estudo de 2014, que aponta que a má postura pode levar ao desgaste da coluna vertebral, sobrecarregando as vértebras cervicais e resultando em casos de degeneração que são tratáveis apenas com procedimentos cirúrgicos.
Chamada de “text neck” (“pescoço de texto” na tradução), essa postura de inclinar a cabeça para frente para mexer no smartphone pode causar, primeiramente, dor na região superior das costas e no pescoço. Em crianças e jovens em período de crescimento ósseo, a má postura gerada pelo uso de smartphones pode causar alterações na biomecânica da coluna cervical, resultando em comprometimentos posturais fixos.
A principal preocupação é que essa má postura a longo prazo pode gerar sérias complicações. Isso porque a cabeça de um adulto pesa, em média, entre 5 e 8 quilos. E à medida que a cabeça se inclina para frente e para baixo, a pressão sobre a coluna vertebral aumenta. Por exemplo, uma inclinação de 15 graus resulta em uma pressão de aproximadamente 12 quilos sobre a coluna vertebral. A pressão será 30 quilos em uma inclinação de 60 graus.
Agora imagine que, segundo o estudo, adultos podem passar de 700 a 1,4 mil horas por ano inclinados para frente e olhando para baixo ao usar o smartphone. Em adolescentes, esse tempo pode chegar a 5 mil horas por ano. E em todo esse tempo as pessoas estão carregando um peso entre 12 e 30 quilos que está desgastando a coluna, sobrecarregando o pescoço e ocasionando problemas degenerativos.
Para evitar problemas e garantir mais saúde, algumas medidas simples são necessárias. Na hora de usar o smartphone, a postura da pessoa deve ser a seguinte: olhar para baixo com os olhos sem dobrar o pescoço, evitando, assim, qualquer estresse na região. Fazer alongamento também é recomendável: mova a cabeça da esquerda para a direita diversas vezes. A prevenção é o melhor tratamento, saliente-se.
Agora, em casos em que a síndrome do “pescoço de texto” já está desenvolvida, a reabilitação física e seus variados tratamentos são eficazes para corrigir a postura e melhorar o problema. Atente-se a qualquer sinal (dores no pescoço, no ombro, nas costas, nos braços, nos dedos, nas mães, nos pulsos e nos cotovelos) e procure um especialista. Cefaleias, dormências e formigamentos nas extremidades superiores também são sinais do problema, assim como ter uma postura mais arqueada na região do pescoço.