A ocorrência de dor nas pernas – em qualquer lugar entre a virilha e o tornozelo, excluindo o quadril e o pé – é algo comum a muitas pessoas. Essa dor pode ser aguda (de curto prazo) ou crônica (de longo prazo) e sentida como uma fincada, um entorpecimento, um formigamento ou um ardor, entre outras maneiras.
As causas da dor nas pernas são mecânicas, decorrentes, geralmente, de práticas esportivas (ou esforço físico). Por exemplo, corridas de longas distâncias estão associadas a uma maior incidência de dor nas pernas. Mais especificamente, são três áreas as causas médicas de dor nas pernas: neurológicas, musculoesqueléticas e vasculares.
Causas neurológicas (relacionadas aos nervos):
– neuropatia;
– síndrome das pernas inquietas;
– nervo preso (compressão nervosa);
– dor no nervo ciático (ciatalgia);
Causas musculoesqueléticas:
– artrite, que afeta as articulações (quadril, joelho ou tornozelo);
– síndrome dolorosa miofascial;
– distensões do músculo, tendão ou ligamento;
– câimbras noturnas;
– síndrome crônica compartimental crônica exertional;
– síndrome do estresse tibial medial;
– fratura por estresse.
Causas Vasculares (relacionadas aos vasos sanguíneos):
– claudicação intermitente devido à doença vascular periférica (DVP) e à doença arterial obstrutiva periférica (DAOP);
– trombose venosa profunda (coágulo de sangue).
Diagnóstico da causa da dor nas pernas
Para diagnosticar o que está causando a dor nas pernas, o médico fisiatra (especialista em Medicina Física e Reabilitação) conversa com o paciente para descartar determinados problemas e focar em outros. Além disso, monta o histórico clínico do paciente e faz uma avaliação física, examinando a perna e a localização da dor.
Após uma avaliação médica completa, o médico fisiatra, ao suspeitar de algumas lesões específicas – como as causadas por práticas esportivas –, pode solicitar exames de ultrassom, raio X, tomografia, ressonância magnética e cintilografia óssea. Já em casos de claudicação, o processo de diagnóstico pode incluir análise de índice BP tornozelo-braquial, ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética e angiografia.
Tratamentos para a dor nas pernas
• Para casos de câimbras, o alongamento e a massagem do músculo podem ajudar. Além disso, para câimbras que afetam a panturrilha da perna, o paciente deve puxar o pé para cima em sua direção ao endireitar a perna e andar na ponta dos pés até a sensibilidade passar.
Analgésicos podem ser úteis para casos em que a sensibilidade persistir após as câimbras. Mas para o tratamento de simples câimbras nas pernas, nenhum medicamento é recomendado. Para prevenir as câimbras, a pessoa deve se alongar antes de qualquer atividade física; se manter hidratada (beba de 8 a 12 copos de água por dia); e massagear as pernas.
• Para casos de claudicação, em que há outros riscos associados, o tratamento envolve gestão de diabetes; controle de hipertensão; redução dos níveis de colesterol e lipídios; terapia antiplaquetária (anticoagulação); programas de exercício e de caminhada; e, em alguns casos, cirurgia para reconstruir artérias na perna.
• No tratamento conservador de lesões esportivas, o médico fisiatra recomendará repouso; gelo no local da dor; compressão; elevação da perna para a gravidade auxiliar na drenagem e reduzir o inchaço e, consequentemente, a dor. Medicamentos podem ser prescritos, como acetaminofeno ou não esteroides anti-inflamatórios (NSAIDs) para o tratamento da dor.
• Para alívio das dores, a terapia por ondas de choque pode ser considerada pelo médico fisiatra e pelo paciente. Trata-se de um tratamento não invasivo e promissor especialmente para tendinopatias e doenças musculoesqueléticas em que o tratamento conservador não obteve melhora.
