Geradores de força responsáveis pelo movimento articular, os músculos realizam contração e convertem, assim, energia química em trabalho mecânico. O nosso corpo possui 434 músculos, que representam 40% do peso corporal. Desse total, 75 pares de músculos estriados são envolvidos na postura geral e movimentação do corpo.
Para os praticantes de esportes, as lesões musculares podem ser frequentes, variando entre 10% e 55% de todas as lesões. Mais de 90% das lesões musculares ocorrem a partir de contusões ou distensões musculares. A contusão muscular acontece quando o músculo se submete a uma força súbita de compressão como um golpe direto. Em relação às distensões, o músculo submete-se a uma tração excessiva levando à ruptura.
Os fatores de risco para lesões musculares são as deficiências de flexibilidade, os desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas, as lesões musculares pregressas (lesões que não foram curadas completamente), os distúrbios nutricionais ou hormonais, as alterações anatômicas e biomecânicas, as infecções e os fatores relacionados à prática de esportes (aquecimento inadequado, falta de coordenação de movimentos, técnica incorreta, sobrecarga e fadiga muscular).
Ao lesionar um músculo, a pessoa sente uma dor súbita localizada, de intensidade variável, algumas vezes acompanhada de um estalar audível ou de uma sensação de pedrada. Geralmente, a lesão muscular acontece durante a explosão muscular em uma corrida, salto ou arremesso e culmina com a interrupção do movimento realizado com o músculo lesionado.
Para diagnosticar a lesão, o médico buscará edema localizado, tensão aumentada do tecido ao redor e possibilidade de um defeito visível ou palpável. A presença de um hematoma pode indicar uma lesão de maior extensão e gravidade. A contratação revela dor local e impotência funcional, caracterizada pela incapacidade de se mover a articulação. Normalmente, as distensões musculares não são precedidas por dor localizada ou tensão muscular aumentada no mesmo local.
Tratamento – Para tratar lesões musculares na fase aguda, os médicos usam o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido). Nas fases iniciais do tratamento, deve-se permitir a mobilização do membro acometido, com o objetivo de não ampliar a área de lesão no músculo.
O uso de ultrassom pulsado auxilia na reparação, por gerar um aumento do metabolismo local, redução da inflamação e do espasmo muscular. O ultrassom contínuo estimula a circulação sanguínea. O uso de laser é indicado na fase de cicatrização, já que estimula o processo nos tecidos moles e atua na modulação da dor.
A flexibilidade na área do músculo lesionado pode ser iniciada de dois a sete dias após a lesão, sendo realizada de forma suave a moderada de acordo com a resistência da dor. Já o fortalecimento muscular deve começar quando a pessoa apresenta melhora da dor com leve resistência. Os exercícios devem ser iniciados com baixa intensidade – a intensidade deve ser aumentada conforme a tolerância.
Para retornar à prática de esportes, a pessoa deve estar completamente livre da dor e aparentemente apto à realização de exercícios. Quanto maior foi o grau de gravidade da lesão, maior será o tempo de recuperação até o retorno ao esporte comumente praticado. Os principais critérios para o retorno ao esporte são: a flexibilidade semelhante ao membro contralateral, a amplitude de movimento normal e a ausência de dor.
Prevenção – Para prevenir lesões musculares, recomenda-se realizar um aquecimento muscular, a fim de melhorar a velocidade e força de contração muscular, diminuir a viscosidade, aumentar a temperatura no músculo e aumentar a velocidade de transmissão nervosa. Fortalecimento muscular e hidratação adequada também ajudam na prevenção.