O diagnóstico de fibromialgia depende de exames físicos detalhados no paciente, aliado a um histórico médico completo – nem exames laboratoriais nem radiológicos apontam o problema. No entanto, até o diagnóstico, o paciente pode passar por muitos especialistas e realizar diversos exames sem chegar a nenhuma conclusão. Enquanto isso, os sintomas avançam.
A dor causada pela fibromialgia surge geralmente nos ombros e braços, se espalhando pelo corpo, chegando aos ossos, tendões, músculos e às articulações. A síndrome pode ser sentida por dias, meses e até anos. Os sintomas podem causar um cansaço inexplicável, que não cessa nem com o sono. Muitos pacientes reclamam ainda de dificuldade de concentração, depressão, sensação de formigamento em braços e pernas, dores de cabeça e cólicas intestinais. Entre os pacientes, 90% são mulheres.
O motivo atribuído para a fibromialgia atingir mais mulheres é o desequilíbrio de neurotransmissores responsáveis por inibir ou gerar a dor, como a serotonina. Há uma substância diretamente relacionada aos mecanismos da síndrome: trata-se da substância P (do inglês “pain”, que significa “dor”). O excesso dessa substância resulta em maior percepção da dor.
Estudos já revelaram que portadores da síndrome possuem três vezes mais substância P no organismo, além da queda na produção de serotonina. Ou seja, há excesso de agentes que enviam dor e redução nos níveis de agentes que suprimem ela. Outras pesquisas apontam que há pessoas com predisposição genética para a fibromialgia, manifestada a partir de fatores desencadeantes: trauma físico ou emocional, doenças infecciosas, perdas prolongadas de sono, mudanças hormonais ou climáticas.
O diagnóstico da síndrome é realizado a partir de exames clínicos, com exames físicos detalhados e histórico médico completo, além da palpação de ‘tender points’ (‘pontos de tensão’). Ao todo, são 18 pontos e o critério do Colégio Americano de Reumatologia para o diagnóstico é a presença de dor generalizada por pelo menos 3 meses e a presença de 11 pontos.
Não há vacinas ou tratamentos que previnam o surgimento da fibromialgia. O objetivo do tratamento da síndrome é manter a qualidade de vida dos pacientes, uma vez que não há cura. Muitos sintomas podem ser amenizados com medicamentos e terapias, como acupuntura, sessões de relaxamento e massagem. Além disso, algumas atitudes simples podem ser adotadas no cotidiano, tornando as circunstâncias menos favoráveis à fibromialgia. Abaixo, confira algumas atitudes que podem ser adotadas.
DIETA
Fontes de triptofano ajudam a inibir a dor. O triptofano é um aminoácido precursor da serotonina que se apresenta em quantidade insuficiente no organismo dos portadores de fibromialgia. O aminoácido pode ser encontrado no arroz integral, na banana, no leite, nos legumes, no milho e no mel.
EXERCÍCIOS FÍSICOS
Os músculos sem treinamento são mais suscetíveis a lesões e, por isso, podem desencadear traumas capazes de causar a fibromialgia. A recomendação é que as pessoas realizem exercícios físicos de caráter lento e progressivo, individualizados e sob a orientação profissional.
MENOS ESTRESSE
É necessário fugir do estresse do dia a dia. Para isso, procure desenvolver melhores formas de administrá-lo. Exemplos: acupuntura, ioga, meditação e técnicas de respiração. Pessoas estressadas sofrem mais com dor, insônia e irritabilidade, fatores que favorecem o surgimento da fibromialgia.
SONO
Fator desencadeante já citado anteriormente, as perdas prolongadas de sono podem se tornar fonte de dor e fadiga. Por isso, deve-se evitar perder várias noites de sono, estabelecendo um horário para dormir e evitando bebidas que contenham álcool e cafeína e exercícios exaustivos à noite.
HISTÓRICO FAMILIAR
Pessoas que têm familiares com fibromialgia devem manter uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos e ter noites de sono bem dormidas. Caso a dor surja, não tome analgésicos e procure um especialista. O tratamento precoce pode evitar a dor crônica.