A dor neuropática é um problema muito comum para os brasileiros, afetando a qualidade de vida e o convívio social dos pacientes. Em muitos casos, ela é tratada incorretamente.
Essa lesão surge no sistema nervoso devido a alguma fratura e cirurgia, por exemplo, podendo ser nos nervos (dor neuropática periférica), na medula ou no cérebro (como casos de esclerose múltipla e acidente vascular cerebral). Os sintomas incluem a sensação de queimação, agulhadas, choques, formigamentos ou adormecimento de determinadas regiões do corpo, que podem estar presentes durante todo o tempo ou em crises que surgem em horários intercalados. As sensações costumam piorar à noite ou quando o doente está mais relaxado.
O importante é reconhecer corretamente que o tratamento é diferenciado, não é como tratar uma dor por uma artrite crônica. São dores que não costumam responder a anti-inflamatórios. É fundamental orientar a população sobre isso. O antidepressivo, por exemplo, ajuda a inibir a dor dentro do corpo, por isso costuma ser prescrito. Se você tem um machucado no nervo, que leva informação para o cérebro de que está tudo correndo bem, estas informações chegam alteradas. O cérebro entende que há algo errado, sinalizando a dor. É uma construção do nosso cérebro.
Esse processo é neurológico e específico. Precisamos diferenciar três grandes tipos de dor. A primeira é por uma lesão do corpo, como inflamações crônicas e lesões teciduais. Outra forma é a dor neuropática, do sistema nervoso propriamente dito, levando a uma interpretação do cérebro que produz dor. Já o outro tipo é a dor psicogênica somatoforme, que está no campo da psiquiatria, em que a dor manifesta um problema psiquiátrico. São três pilares que exigem distinção na hora de indicar a terapia mais adequada.
A dor neuropática afeta até 8% da população mundial e ⅓ desse número corresponde mal aos tratamentos convencionais. O diagnóstico é clínico, com exames neurológicos incluídos. Em idades mais avançadas, há aumento de condições como diabetes e maior incidência de avc, o que aumenta a prevalência de dor neuropática nessa faixa etária.
O fisiatra é o profissional aliado na reabilitação desse paciente, oferecendo um tratamento multidisciplinar e que contempla desde géis tópicos até infiltrações, eletroterapia e técnicas de dessensibilização no controle da dor. Alongamentos e exercícios de equilíbrio também fazem a diferença no controle da dor, melhorando a movimentação e a agilidade do paciente.